sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A rapariga que roubava livros - Markus Zusak - Opinião

Edição/reimpressão: 2008

Páginas: 236
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722339070
Coleção: Grandes Narrativas

''Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra. Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura.''


Opinião:

'A rapariga que roubava livros' de Markus Zusak é isto mesmo, é uma história de uma menina, Liesel, que viveu no período da segunda guerra mundial e que roubava livros. Não porque fosse cleptomaníaca ou os roubasse só porque precisava de passar o tempo. Não, Liesel roubava os livros porque se sentia atraída por eles. Tinha uma vontade enorme de saber o que aquelas estranhas folhas, protegidas por duras capas tinha para lhe dizer, para lhe mostrar ao mesmo tempo que a fazia esquecer por segundos o terror que foi viver naqueles tempos difíceis e cruéis sob o pulso de ferro de Adolf Hitler e as suas horrorosas, desumanas e monstruosas leis racistas.

A capa é lindíssima, em tons de pastel, com a menina e a Morte a dançarem. A meu ver um contraste fabuloso. E o interior é composto por papel reciclado, que para além de ajudar o ambiente também torna o livro mais leve. 

Liesel é a personagem principal da história que se passa em Himmel, de uma menina irreverente demais para aqueles tempos que sofre de uma curiosidade sobredotada que a deixa muitas vezes em sarilhos. A ela juntam-se a mãe e o pai adoptivos. Rudy que é o seu melhor amigo e vizinho. O Judeu, personagem que mostra muito tanto do lado positivo como do lado negativo desta maldita peste que foram os Nazis e a mulher do presidente da câmara com quem Liesel contrai uma espécie de amizade que nasceu de uma biblioteca nunca usada e de uma menina com uma enorme sede de aprender.


A narrativa é feita através de uma espécie de relato, e até aqui nada de anormal. O melhor é que este relato é feito pela própria Morte em pessoa, uma personagem dotada de um sentido de humor fantástico e um sarcasmo ainda melhor, que na medida que vai ceifando e recolhendo as vitimas deste pesadelo chamado segunda guerra mundial, vai narrando a história de Liesel e das suas aventuras, desde o momento em que entra em acção até ao seu último suspiro. 


O autor Markus Zusak está efectivamente de parabéns. Tenho um gosto especial no que toca a relatos (livros, séries, filmes) que abordem o tema da segunda guerra e ele conseguiu de uma maneira fantástica relatar e abordar este tema como poucos. Gostei das personagens da Morte, das características que fui incutindo na sua ficção. Do realismo... Do inicio ao fim, o livro deixou marcas.

Reparei que este livro está incluído no Plano Nacional de Leitura e ainda bem que assim é. É uma preciosidade, um livro que merecia ser lido e debatido, esmiuçado pelos jovens dos nossos tempos para verem como a segunda guerra mundial influenciou a nossa realidade diária. É um livro que não deixa ninguém indiferente, é arrebatador e inspirador, que nos transparece bonitas mensagens, desde a importância da amizade, à força de viver e o mais importante de tudo à liberdade!

Excelente! Recomendo vivamente, a miúdos e graúdos! 


Boas leituras, 




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